Cadeia de Sobrevivência: Suporte da Vida

Cadeia de Sobrevivência Suporte da Vida
Cadeia de Sobrevivência Suporte da Vida

A cadeia de sobrevivência é um conjunto de procedimentos que visa salvar pessoas que sofreram uma parada cardiorrespiratória (PCR). O objetivo desse processo é aumentar a eficiência do socorro prestado às vítimas desse problema.

A cadeia de sobrevivência foi desenvolvida após muitos estudos, experiências e análise de dados. Dessa forma, os profissionais podem ter um norte para executar esses procedimentos com a maior eficiência possível.

Para entender mais sobre a cadeia de sobrevivência, leia este texto e conheça melhor este tema. Conteúdo em ordem:

  1. Qual a importância da cadeia de sobrevivência?
  2. Cadeia de sobrevivência extra hospitalar
  3. Cadeia de sobrevivência intra hospitalar
  4. Primeiro elo da cadeia de sobrevivência intra hospitalar
  5. Suporte Avançado de Vida e cuidados Pós-PCR

Telefones úteis:

Ambulância Pública (SAMU) Disque 192

Corpo de Bombeiros – 193

1 – Cadeia de sobrevivência: Qual a importância?

A cadeia de sobrevivência é um protocolo para lidar com paradas cardiorrespiratórias (PCR). Esse protocolo é muito importante, pois se baseia em quatro ou cinco elos de procedimentos para salvar uma vida.

Esses procedimentos devem ser feitos sequencialmente e tem que haver o máximo de eficiência. Dessa forma, haverá mais consistência nos resultados e mais vidas serão salvas.

Primeiro elo e segundo elo:

O primeiro elo consiste em chamar o serviço de urgência, algo que deve ser feito imediatamente após a PCR ser diagnosticada. O segundo elo é dar início ao protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP) através do Suporte Básico de Vida.

Terceiro e quarto elo:

O terceiro elo é usar o desfibrilador externo automático (DEA) para reanimar o paciente de forma precoce e efetiva. O quarto elo é o Suporte Avançado de Vida, onde são feitos alguns cuidados para estabilizar e manter a vida do paciente.

Quinto elo:

Por fim, o quinto elo da cadeia consiste nos cuidados que são feitos após a reanimação cardiopulmonar. Esse último passo costuma ser feito no hospital e, semelhante aos outros, deve ser feito de forma consistente.

2 – Cadeia de sobrevivência extra-hospitalar

Basicamente, a cadeia de sobrevivência extra-hospitalar faz referências aos procedimentos de RCP que são feitos fora do hospital. Abaixo, veja quais são esses procedimentos:

Reconhecimento e acionamento do Serviço Médico de Emergência
Avaliar se alguém está inconsciente ou não deve ser feito de forma rápida. Por exemplo, se você observa uma pessoa fragilizada, deitada num lugar público ou possivelmente ferida, é preciso tocar no ombro dela e perguntar: “Você está bem?”. Além de fazer isso, veja como proceder nessa situação:

  • Tenha certeza que a situação é segura antes de abordar a pessoa. Depois disso, peça ajuda para alguém próximo;
  • Acione o serviço médico (SAMU 192);
  • Confirme se o indivíduo ainda está respirando ou não. Para fazer isso, verifique se o tórax se movimenta entre 5 e 10 segundos;
  • Verifique o pulso juntamente com a respiração, se o pulso não for sentido dentro de 10 segundos, tente reanimar o indivíduo fazendo compressões torácicas;
  • Caso haja pulsação, comece a ventilação de resgate, administrando 1 a cada 5 ou 6 segundos. A pulsação deve ser verificada a cada dois minutos.

Vale lembrar que é possível acionar o resgate pelo celular, sem precisar sair de perto da vítima.

RCP imediata de alta qualidade

Ao receber o pedido de socorro, o atendente do serviço de emergência deve orientar o socorrista designado para o serviço. Em outras palavras, é como se a RCP (reanimação cardiorrespiratória) fosse feita pelo telefone.

Ao receber as orientações, o socorrista deve iniciar várias compressões torácicas. Depois disso, ele terá que fazer as ventilações de resgate (C-A-B em vez de A-B-C). Após fazer as ventilações, ele terá que fazer RCP com 30 compressões torácicas seguidas por duas respirações.

Características de uma RCP bem feita

Comprimir o tórax com frequência e profundidade adequadas, permitir que o tórax retorne totalmente ao seu local após cada compressão, interromper as compressões o mínimo possível e evitar ventilação excessiva.

A recomendação é que a velocidade das compressões torácicas seja de 100 a 120 por minuto. Em adultos, é recomendado que a profundidade das compressões torácicas seja de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4 polegadas (6 cm).

Rápida desfibrilação

O processo de desfibrilação deve ser feito entre três e cinco minutos após a PCR e aumenta em 70% as chances da vítima sobreviver. Por conta disso, o paciente deve ter acesso ao Desfibrilador Externo Automático (DEA) o mais rápido possível.

Cada minuto de atraso diminui a probabilidade de sucesso da RCP de 10% a 12%. Por conta disso, as comunidades que têm grupos com tendência a PCR devem ter programas públicos de acesso à desfibrilação.

Se a vítima estiver sem pulsação, o socorrista deve analisar se o DEA possui ritmo chocável assim que pegar na máquina. Por meio das compressões, a RCP deve ser iniciada imediatamente após cada choque.

O DEA deve ser utilizado antes da chegada do Suporte Avançado e a sugestão é que o primeiro choque aconteça em até três minutos após a PCR.

Serviços Médicos Básicos e Avançados de Emergência:

É um dos elos mais importantes da cadeia de sobrevivência. Como nem sempre a desfibrilação é suficiente, o Serviço Médico Avançado é muito útil para salvar a vítima.

Por meio da intubação endotraqueal, a chegada desse Serviço Médico permite uma ventilação mais eficaz. Além disso, também é possível melhorar a circulação por meio da administração de fármacos.

Esse processo deve ser iniciado ainda na fase pré-hospitalar e a sequência dele tem que ser feita no hospital, pois isso permite que as vítimas de PCR sejam estabilizadas.

Suporte Avançado de Vida e cuidados Pós-PCR:

Esse é o último passo da cadeia de sobrevivência extra-hospitalar. Nesse procedimento, a vítima passará por uma avaliação para identificar e tratar a causa da PCR. Ademais, ela também será internada para cuidados intensivos.

Após a circulação espontânea do paciente retornar, provavelmente suas vias aéreas voltarão ao normal. Em alguns casos, talvez seja preciso instalar uma cânula orofaríngea e ofertar oxigênio com uma máscara não reinalante de alto fluxo. A outra opção para ofertar oxigênio é implementar uma via aérea avançada.

A ventilação contínua da pressão arterial também deve ser garantida, juntamente com a oximetria e a monitorização eletrocardiográfica. Depois disso, é preciso encaminhar a vítima à unidade de suporte avançado (UTI/Unidade Coronariana/ Serviço de Hemodinâmica).

3 – Cadeia de sobrevivência intra-hospitalar

Basicamente, a cadeia de sobrevivência intra-hospitalar faz referências aos procedimentos que são feitos dentro do hospital durante uma PCR. A seguir, saiba quais são esses procedimentos:

Vigilância e Prevenção:

As ocorrências de PCR nos ambientes hospitalares podem variar muito quanto à localização e incidência. Mais da metade desses casos acontecem devido à insuficiência respiratória ou choque hipovolêmico. Normalmente, grande parte desses eventos traz mudanças na situação fisiológica do paciente, como taquipnéia (respiração acelerada), taquicardia e hipotensão.

Essa situação acontece muito nas enfermarias gerais, onde os pacientes são monitorados com menos frequência. Para evitar esse problema, é preciso monitorar manualmente os sinais do paciente, sempre de forma constante.

A demora em avaliar o paciente pode aumentar as chances dele ter complicações, pois o problema pode não ser percebido a tempo de salvá-lo.

Um dos métodos para evitar a demora na percepção da piora do paciente é o aumento da monitorização eletrônica de pacientes de alto risco. Para que isso aconteça, é preciso fazer um eletrocardiograma tradicional (ECG).

Além do ECG, o paciente pode ser avaliado por meio de telemetria, novos sensores de frequência cardíaca e respiratória ou simplesmente aumentando a vigilância clínica.

Outro método para avaliar a situação clínica de uma pessoa é a Escala de Modified Early Warning Score (MEWS). Essa escala serve para identificar sinais precoces de deterioração clínica.

A MEWS consiste em um sistema de atribuição de pontos para parâmetros vitais. Quanto mais longe os parâmetros estiverem do normal, maior a pontuação da escala. A MEWS analisa o tempo de cinco minutos entre o acionamento e o atendimento médico.

Reconhecimento e acionamento do Serviço Médico de Emergência. Os procedimentos intra-hospitalares, o serviço médico deve ser acionado da seguinte forma:

  • Toque intensamente no ombro da vítima;
  • Em voz alta, chame a vítima pelo nome;
  • De forma simultânea, verifique o pulso e a respiração;
  • Para avaliar a pulsação, é preferível palpar a carótida (a bifurcação entre o músculo esternocleidomastoídeo e a traqueia), escolhendo apenas um lado do pescoço. Deve-se usar o dedo médio e o indicador.
  • Se não for possível verificar a pulsação na carótida, outra verificação possível é a da artéria femoral;
  • O paciente pode ter uma respiração agônica ou ausente;
  • A respiração agônica se caracteriza por ser lenta, profunda e com ruídos característicos;
  • Para analisar corretamente resposta, pulsação e respiração, a avaliação não deve ultrapassar 10 segundos e não pode ter menos de cinco segundos. Dessa forma, será possível analisar o tórax da vítima para avaliar melhor suas incursões respiratórias.

Ao notar que a vítima não responde aos estímulos, é preciso chamar ajuda imediatamente. Ou seja, é preciso acionar o serviço médico de emergência, pois eles possuem carrinho de emergência, desfibrilador e sistema de ventilação.

Vale lembrar que, quando uma PCR é identificada, o processo de reanimação deve ser feito imediatamente.

RCP imediata de alta qualidade:

Os processos de RCP imediata e de alta qualidade aumentam as chances de salvar o paciente em 400%. Nos adultos, a maioria das causas de PCR tem a ver com problemas cardíacos. Por conta disso, as Compressões Torácicas Externas (CTE) devem acontecer imediatamente, sempre acompanhadas de um sistema de ventilação.

Para que as CTE’s sejam feitas, o paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal (posição supina), numa superfície rígida e plana. Dentro de um hospital, as compressões não devem ser feitas com o paciente deitado no colchão. É preciso posicionar o dorso dele na prancha rígida que fica no carro de emergência.

O profissional deve ficar próximo ao ombro da vítima, com as mãos sobrepostas, dedos entrelaçados e braços esticados num ângulo de 90º em relação ao tórax do paciente.

Usar a escada auxiliar que fica na beira do leito do paciente é crucial. Dessa forma, o profissional poderá se posicionar da maneira correta.

A parte hipotênar da mão do profissional tem que se posicionar sobre o esterno, que fica no centro do tórax que será comprimido, especificamente na metade inferior do esterno, gerando uma referência para uma linha imaginária intermamilar.

A profundidade da compressão deve ter entre cinco e seis centímetros e a frequência deve ficar entre 100 e 120 por minuto. Isso permite o retorno total do tórax do paciente entre as compressões.

Os cotovelos do profissional não podem ficar flexionados. Assim, os braços ficarão retos e a força de cada compressão aplicada virá da movimentação do tronco do profissional. Dessa forma, a compressão será mais eficiente.

A cada dois minutos, devem ser feitas pausas para avaliar o retorno da circulação espontânea. Ademais, durante esses intervalos (que não podem ultrapassar 10 segundos), o profissional que está nas compressões deve ser trocado.

Para que as vias aéreas sejam permeabilizadas, é preciso elevar a cabeça da vítima pela hiperextensão do pescoço. Caso haja suspeita de lesão medular, é preciso realizar a imobilização manual da coluna cervical.

Para fazer a ventilação com Bolsa-valva-máscara, o ideal é ter um fluxo de oxigênio de 12 a 15 litros por minuto. Isso garante o movimento visível do tórax em cada ventilação de resgate.

A máscara deve estar acoplada na face, utilizando a “Técnica C e E”, onde os dedos polegar e indicador formam um “C” e pressionam a máscara e os outros dedos ficam em forma de “E”. Isso traciona a mandíbula da vítima e não permite que o ar escape durante as ventilações. Isso deve acontecer pressionando rapidamente, em um segundo, todo o centro da bolsa para cada ventilação.

Para que a ventilação seja efetiva, o profissional deve se posicionar no plano superior da vítima, ou seja, na cabeceira do leito. Se possível, um profissional deve acoplar a máscara enquanto outro pressiona a bolsa. Com isso, as chances de falhas nas ventilações de resgate diminuem bastante.

A “Relação 30/2” se baseia na realização de 30 CTE’s seguidas de duas ventilações de resgate. Esse procedimento deve acontecer por dois minutos e, ao final, a resposta da vítima às manobras de RCP deve ser analisada.

Rápida desfibrilação:

A “Desfibrilação precoce” é quarta etapa da cadeia de sobrevivência intra-hospitalar. Se ela for feita de três a cinco minutos após a PCR, a taxa de sobrevivência da vítima pode ir para 70%.

Por conta disso, é muito importante que o Desfibrilador Externo Automático (DEA) chegue ao paciente o mais rápido possível. Cada minuto de atraso faz a RCP perder entre 10 e 12% de eficiência. Em outras palavras, retardar a chegada do desfibrilador coloca a vida do paciente em risco.

O DEA deve ser utilizado antes do Suporte Avançado chegar. Além disso, a recomendação é que o primeiro choque aconteça, no máximo, até três minutos após a PCR.

Suporte Avançado de Vida e cuidados Pós-PCR:

Esse é o último passo da cadeia de sobrevivência intra-hospitalar. Nesse procedimento, a vítima passará por uma avaliação para identificar e tratar a causa da PCR. Ademais, ela também será internada para cuidados intensivos.

Após a circulação espontânea do paciente retornar, provavelmente suas vias aéreas voltarão ao normal. Em alguns casos, talvez seja preciso instalar uma cânula orofaríngea e ofertar oxigênio com uma máscara não reinalante de alto fluxo. A outra opção para ofertar oxigênio é implementar uma via aérea avançada.

A ventilação contínua da pressão arterial também deve ser garantida, juntamente com a oximetria e a monitorização eletrocardiográfica. Depois disso, é preciso encaminhar a vítima à unidade de suporte avançado (UTI/Unidade Coronariana/ Serviço de Hemodinâmica).

4 – Primeiro elo da cadeia de sobrevivência intra-hospitalar

Para conhecer melhor o primeiro elo dessa cadeia de sobrevivência, leia o primeiro subitem do item 2 deste texto ou primeiro subitem do item 3, dessa forma, você entenderá melhor esse procedimento. É importante ressaltar que o primeiro elo deve ser feito imediatamente após a PCR ser detectada.

5 – Suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR

Para conhecer melhor o Suporte Avançado de Vida e os cuidados pós-PCR, leia o último subitem do item 2 e o último subitem do item 3.

Considerações finais

A cadeia de sobrevivência foi criada com o intuito de salvar vidas. Dessa forma, é possível evitar que muitas pessoas morram ao sofrer uma parada cardiorrespiratória.

Esses procedimentos são muito importantes e as autoridades devem se mobilizar para que toda a população tenha direito a esses serviços.

Assim, caso tenham uma PCR, todos os cidadãos estarão protegidos e não apenas os mais ricos. A cadeia de sobrevivência tem que valer para todos, não só para quem paga um serviço médico particular. Caso precise de informações sobre um serviço de ambulância particular não deixe de entre em contato conosco.

www.interhelpambulancia.com 

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